quarta-feira, 12 de maio de 2010

OS ESPINHOS DESTA VIDA





Durante a era do gelo, muitos animais pré-históricos, mesmo que gigantescos, não se adaptavam às condições climáticas hostis, e não resistindo ao frio intenso, morriam.

Os porcos espinhos, numa tentativa de sobreviver, começaram a se aglomerar, pois perceberam que daquele modo cada um poderia sentir o calor do outro. Juntos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por um pouco mais de tempo o longo inverno tenebroso.

Todavia a própria estrutura anatômica dos porcos passou a ser um problema. Os espinhos de cada porco feriam os demais, principalmente os que mais forneciam calor. Furados e feridos, eles dispersaram-se por não suportarem por mais tempo os espinhos dos outros. Os dissidentes, buscando subsistir sozinhos em separados, pereciam sem demora: o corpo era um só para suportar a nevasca devastadora. Vendo muitos congelarem, os que não morriam, apesar de agonizarem, voltavam a se aglomerar ao bando pouco a pouco, timidamente, com mais jeito e precaução, de forma que, unidos, cada qual conservava certa distância um do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir.


Moral da história:

Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos.

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